Pois bem, Ouro de Tolo é um jogo de cartas basicamente. As cartas são o coração do jogo e onde reside a tática (estratégia a longo prazo não é algo possível aqui. Tal como os mineiros, o esquema é ir dia a dia).
As mecânicas principais do jogo são a do “Arriscar a Sorte” (Press Your Luck) e a do “Manejo da Mão” (de cartas), ou Hand Management.
Bem, vamos ao jogo.
Em Ouro de Tolo os jogadores personificam mineradores concorrentes que estão atrás das gemas e pepitas de ouro, enquanto tentam evitar se encherem de pirita (o tal ouro de tolo que dá nome ao jogo). Como isso é feito?
DESCRITIVO
Bem, de começo cada jogador recebe algumas cartas (o tanto de cartas varia de acordo com o número de jogadores, indo de 3 para 3 jogadores, até 5 para uma partida com 6 jogadores). Quanto mais participantes, mais cartas, já que ataques (tentar lhe empurrar um ouro de tolo, ou lhe obrigar a comprar pedras e quem jogou decide com quais ficar, etc) e roubos serão mais frequentes, então será mais necessário ter cartas para se defender.
Recebido as cartas, parte-se para a ação, e as ações disponíveis em cada vez do jogador são:
a) Minerar (pegar uma pedra do saco);
b) Usar uma das cartas da mão;
c) Encerrar o dia de trabalho na minha.
Minerar é algo bem simples: enfie a mão no saco onde estão as pedras e retire uma, etão passe a vez. Minerar tem um risco: retirar duas pedras de ouro de tolo. Isto obriga o jogador a encerrar imediatamente seu turno (o dia na mina acabou para este mineiro), pois considera-se que o minerador se arriscou demais e sofreu algum acidente – você perde todas as gemas e pepitas que encontrou e encerra o dia de trabalho.
Usar uma carta é autoexplicativo.
Encerrar o dia por vontade própria garante que o minerador saia da mina com todos os ganhos daquele dia (as pedras que pegou do saco), trocando-as pelo equivalente em dinheiro e devolvendo as peças ao saco (as peças são devolvidas somente quando todos os mineiros saírem da mina). O primeiro que sair da mina por vontade própria ganha uma carta de bônus. O último mineiro a sair da mina é considerado o “Caxias” e tem duas opções: continuar minerando (pegando pedras do saco) até que decida encerrar o dia ou quando tirar duas pedras de ouro de tolo, ou comprar uma carta do baralho.
Repita as ações acima até o final do jogo, que ocorre quando um valor X de dinheiro é alcançado por um ou mais jogadores que podem (mas não são obrigados, se não tiverem certeza de que são os que mais tem dinheiro) anunciar que atingiram a “meta” e, com isso, o jogo termina, o dinheiro é contado (até então o dinheiro deve ser mantido em segredo dos demais participantes) e quem tiver mais dinheiro sai vencedor. Não há forma de desempate – se houver empate entre dois ou mais jogadores com a maior quantidade de dinheiro, todos os empatados vencem.
Há algumas variantes possíveis, indicadas no próprio manual, e eu acho particularmente interessante a variante da Febre do Ouro. Fica a dica.
COMENTÁRIOS
Ouro de Tolo é um jogo em que a interação entre os jogadores é feita pelas cartas e a sorte tem bastante influência: retire boas pedras e você pode se dar bem, retire pedras ruins e você pode se dar mal (o “pode”, é por causa das cartas, que podem retirar da mina alguém cheio de gemas de alto valor com o uso da carta Isto não é meu, ou se recuperar de algumas “pescadas” ruins com a carta Dinamite, por exemplo).
As ações possíveis são poucas e deve-se pensar bem no que fazer, já que, por exemplo, minerar pode lhe render uma pepita de ouro, a peça mais valiosa, mas vai torná-lo um alvo dos outros mineiros gananciosos, que quase certamente tentarão roubá-la ou retirá-lo na mina após um “acidente”, se é que você me entende.
Sair da mina por primeiro pode não lhe render muito dinheiro, mas vale uma carta, o que pode permitir uma forte recuperação na rodada seguinte.
E assim em diante.
É, enfim, um jogo rápido, de fácil aprendizado e esteticamente agradável e atraente (a arte do sr. Bird – é um estúdio, não uma pessoa – é cartunesca e divertida).
COMPONENTES
O jogo vem com:
– 70 peças de resina em cores variadas (os minérios);
– 53 cartas de efeitos variados;
– peças de dinheiro, 1 saquinho onde vão os minérios e do qual estes são retirados;
– livreto de regras.
Pontos negativos:
A tampa do jogo e a caixa se assentam como irmãos siameses e é uma luta abri-la. O manual é em preto e branco, como se fosse uma fotocópia. Estes pontos referem-se à 1a edição do jogo.
Pontos positivos:
A qualidade geral dos componentes é boa, em particular das cartas e das peças de resina, que são duráveis e as cores se diferenciam bem.
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É isso!
Abs,
Olá, tem este jogo também para a venda? Abs.
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Putz, pior que não. Porém, há esperança, já que será lançado aqui o jogo QUARTZ, pela Funbox, que é uma reimplementação do Ouro de Tolo, com algumas “melhorias” (em aspas porque, até jogar, não garanto que sejam mesmo melhoras).
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Obrigado Tiago. Já percebi que quem tem o jogo não o vende, mas vou ficar de olho neste lançamento. Abs.
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